Genetica
1.Identifica os agentes responsaveis pela transmissão hereditaria.
Tudo começa com a junção do óvulo e dos espermatozoides, estes formam um ovo (ou zigoto), que é a primeira célula que constitui o indivíduo. Esta célula vai dividir-se em duas, que por sua vez se subdividirão ate gerar o organismo. Este processo tem o nome de mitose.
Cromossomas e Herança Genetica
São quimicamente constuidos por ADN e proteinas, são estrututas responsaveis pelas caracteristicas de cada especie e de cada individuo e encontram-se no interior do núcleo das células. São o suporte dos genes. São as estruturas mais importantes na célula durante a divisão celular, uma vez que são responsaveis pela transmissão da informação hereditaria de geração em geração.
O numero e forma dos cromosomas são caracteristicas de cada especie, sendo designado por cariotipo.
Cromossomas Sexuais
Os cromossomas numa celula organizam-se em pares semelhantes, dois a dois, exceto o par de cromossomas sexuais.
A especie humana tem 23 pares de cromossomas:22 pares são semelhantes aos dois sexos. O par 23- par do cromossoma sexual- é distinto nos dois sexos: na mulher, é constuido por dois cromossomas X; no homem, o par é formado por um cromossoma X e por um outro, mais curto, o cromossoma Y. Assim, quem define o sexo da criança é o pai.
ADN-componentes e estrutura
Ácido nucleico constituido por desoxirribonucleotidos. Cada nucleotido é formado por uma base azotada, uma pentose e grupo fosfato.
Os "degraus da escada" são constuidos por 4 susbstancias quimicas, quantro bases azotadas:
- Adenina(A);
- Timina(T);
- Citosina(C);
- Guanina(G);
Estas bases estão ligadas duas a duas:
- A adenina esta sempre associada a timina;
- A guanina está sempre associda a citosina;
Os lados da escada são constuidos por cadeias de acuçãr-a desoxirribose-, que alterna com grupos fostato-ácido fosfórico.
Nucleótido é nome que se da um conjunto formado por desoxirribose, uma molécula de ácido fosfórico e uma base azotada. Constiui a unidade basica do ADN.O ADN é formado por longas cadeias de nucleótidos.
A estrutura do ADN é universal em todo o mundo vivo e a mesma em cada uma das espécies, assim, é p número e a sequência dos nucleótidos que definem as características de cada ser vivo.
Genes
O gene é um segmento de um cromossoma a que corresponde um código distinto, uma informação para produzir uma determinada proteína ou controlar uma característica, por exemplo, a cor dos olhos e a cor dos cabelos. Um cromossoma contém vários genes que são responsáveis por todas as características físicas do indivíduo.
Existem, por exemplo, genes responsáveis pela produção de queratina, que é uma proteína constituinte do cabelo, unhas e pele, entre outros.
Os genes não atuam isolados: cooperam entre si, influenciando-se.
De facto, o que distingue os seres humanos de outros seres vivos é a grande complexidade das associações entre os genes.
Os cromossomas, com forma e estrutura idênticas, são designados por cromossomas homólogos. Em cada par de cromossomas homólogos existem genes com informação para o mesmo caráter, situados no mesmo locus no mesmo lugar – são designados por genes alelos: um é herdado pela mãe e outro pelo pai. Cada um deles tem informações ligeiramente diferentes.
Quando os alelos têm a mesma informação, diz-se que o indivíduo é homozigótico relativamente a esse caráter.
Um gene é dominante quando produz efeito, ainda que esteja presente num só alelo.O gene é recessivo quando se produz efeito se estiver presente nos dois genes (do pai e da mãe).
2.Identificar a função dos genes de desenvolvimento
Genes de desenvolvimento são o tipo de genes que define as dimensões e as formas dos diferentes órgãos determinando o número, a forma e a localização das células que os formam. São designados também por “genes arquitetos”, dado que a sua expressão permite construir o indivíduo.
Estes planificam o processo de construção do organismo, distinguindo-se, por isso, dos genes que definem a cor do cabelo, a cor dos olhos ou de outro caráter específico.
Estes genes desempenham um papel decisivo nas etapas de construção do cérebro e pensa-se que estão envolvidos no prolongamento da construção do cérebro, o que explicaria o facto de ser um órgão que se desenvolve até à morte.
Há genes de desenvolvimento particulares que, por exemplo, controlam a divisão e a morte das células. Há os oncogenes celulares, que intervêm na formação de cancros e tumores que correspondem a um desenvolvimento não controlado das células.
3.Definir Genoma
O grande objetivo do Projeto do Genoma Humano é interpretar o genoma, identificando os genes e definindo as suas funções, bem como o modo como se relacionam entre si. É, portanto, decifrar o código do ADN.
O Projeto do Genoma Humano tem como objetivo fazer um mapa de posicionamento nos pares de cromossomas dos genes que constituem os seres humanos, sequenciando as bases AGCT do ADN.
O conhecimento da forma como se organiza o conhecimento do património genético permite compreender melhor o funcionamento do nosso organismo.
A identificação dos genes responsáveis por doenças tem uma importância médica muito grande, porque, para além de identificar o erro genético que está na origem de uma doença já declarada, permite prevenir outras que ainda não se manifestaram. Será possível compreender, por exemplo, a formação de certos tipos de cancro dado que, ao identificar os genes causadores por dessas doenças (oncogenes), será possível identificar também os anticogenes que permitem combater a doença. Possibilita ainda um melhor conhecimento da História da Humanidade e da evolução da vida na Terra.
4.Relacionar meiose com a variabilidade genetica
Meiose é um processo de divisão das células que ocorre durante a fecundação (fundação dos gâmetas).
O número de cromossomas reduz-se para 23, assegurando deste modo os 46 cromossomas característicos da espécie humana. Se esta divisão não se efetuasse, os cromossomas duplicariam em relação ao anterior, o que provocaria uma alteração das características da espécie.
Durante a meiose ocorrem 2 divisões sucessivas do núcleo: Divisão 1; Divisão 2. É durante a Divisão 1 que se dá a redução do numero de cromossomas.
A meiose é muito importante para os seres vivos que se reproduzem sexualmente, porque contribui para a variabilidade genética.
O caráter aleatório do encontro de gâmetas durante a fecundação reforça a diversidade genética resultante da meiose e explica a grande variedade de seres dentro da mesma espécie.
A variabilidade genética é o conjunto de variações genéticas que existem entre os membros da população. Esta é provocada pela separação, ao acaso, dos cromossomas homólogos, que reduz o número de cromossomas para metade (contribuindo, assim, para o aumento da variabilidade).
No ser humano o gâmeta pode ter 23 cromossomas, todos de origem paterna, materna ou de qualquer outra combinação das muitas que podem ocorrer durante a distribuição dos progenitores pelos gâmetas.
Se os cromossomas fossem idênticos geneticamente, esta separação ao acaso não teria qualquer efeito, mas uma vez que os pais são geneticamente distintos em muitos aspetos, haverá gâmetas com combinações de genes muito diferentes das que ocorrem em qualquer dos progenitores. Em relação à cor dos olhos e do cabelo, poder-se-ão formar genes cuja informação para olhos azuis e cabelo escuro não existia em nenhum dos pai.
5.Distinguir hereditariedade individual e hereditariedade especifica
A hereditariedade específica corresponde á informação genética responsável pelas características comuns a todos os indivíduos da mesma espécie, determinado a constituição física e alguns comportamentos.
Entre os seres humanos há um conjunto de características comuns que nos definem como humanos. Como exemplos: a constituição do rosto, constituição das mãos, a estrutura do esqueleto, do cérebro, etc. estes e outros carateres comuns constituem a nossa hereditariedade específica.
A hereditariedade individual corresponde á informação genética responsável pelas características do indivíduo e que o distingue de todos os outros membros da sua espécie. É o que o torna um ser único.
6.Explicar a diferença entre genotipo e fenotipo
O genótipo corresponde à coleção de genes que o individuo é dotado a quando da sua conceção e que resulta do conjunto de genes provenientes da mãe ou do pai. O genotipo é a constituição genética de um indivíduo, o conjunto das determinações genéticas herdadas e que podem, ou não, exprimir-se conforme as características do meio em que se desenvolve. O genotipo é, portanto, o projeto genético de um organismo, é o conjunto de carateres tal como são definidos pelos genes.
O fenótipo designa a aparência do indivíduo, isto é, o conjunto das características observáveis – anatómicas, morfológicas, fisiológicas – que resultam da interação entre o genotipo e o meio ambiente onde ocorre o desenvolvimento. O fenótipo é, portanto, um conjunto de carateres individuais de origem genética que receberam modificações decorrentes da relação com o meio. Corresponde à atualização do genotipo.
A aparência de uma pessoa é determinada pelo genotipo, isto é património hereditário e pelo meio ambiente, que inclui todas as condições: alimentares, socioeconómicas, sócioculturais, climáticas, etc. A pessoa é, assim, o resultado de uma história em que se interligam fatores hereditários e fatores ambientais. A complexidade do que somos deriva do potencial herdado e dos efeitos do meio.
As potencialidades genéticas que o indivíduo tem aquando do nascimento são desenvolvidas pela interação com o ambiente, que se inicia a partir da conceção, na sua génese intrauterina.
Esta interação – hereditariedade e meio – pode ser boa ou má: pode permitir o desenvolvimento harmónico do potencial genético, mas pode também influenciar negativamente o processo de expressão e desenvolvimento desse potencial.
Se começarmos por referir o meio intrauterino, sabemos que a má nutrição da mão, a ingestão de substâncias tóxicas, medicamentosas, algumas doenças, ou até determinados estados emocionais podem afetar negativamente o desenvolvimento do feto. .
A influência do meio após o nascimento, que se manifesta nas mais diversas expressões, vai decidir grande parte do que somos.
7.Distingir a conceção preformista da conceção epigenética
O papel da ação genética nas características orgânicas e no comportamento dos seres humanos tem sido objeto de diferentes teorias: umas enfatizam o papel da hereditariedade, outras o papel do meio. Vamos abordar duas perspetivas: o preformismo e a epigénese.
Desde há muito que o ser humano procura compreender quais os fatores responsáveis pela constituição de um ser complexo a partir do ovo. Uma das teorias mais comuns e antigas considerava que o ovo continha um indivíduo em miniatura. Esta conceção é designada por preformismo ou teoria da preformação, defendia que o desenvolvimento embrionário consiste no desenvolvimento de potencialidades preexistentes no ovo.
O desenvolvimento do novo indivíduo limita-se, portanto, ao aumento do tamanho do ser em miniatura (homúnculo), à amplificação das estruturas preexistentes no ovo. No final do século XVII defendiam-se duas orientações distintas: uns consideravam que o futuro ser já se encontrava em miniatura no espermatozoide; outros, que o novo ser existia preformado no óvulo.
No século XVIII, o naturalista suíço Charles Bonnet desenvolve esta conceção reafirmando que o desenvolvimento embrionário mais não era que a ampliação das características do homúnculo.
O preformismo acentua a dimensão genética do desenvolvimento, não tendo em conta o efeito do ambiente. O desenvolvimento, portanto, apenas da componente hereditária. Poder-se-ia falar de um determinismo hereditário.
Em 1759, o preformismo é negado por Caspar Friedrich Wolff, que apresenta uma nova conceção: o ovo é uma estrutura desorganizada, e a diferenciação do embrião dá-se pelo efeito de forças exteriores. Esta conceção – Teoria da epigénese ou epigenitismo – nega a existência de estruturas preformadas no ovo e que se
desenvolvem mais tarde. O desenvolvimento é o resultado de um progresso gradual de crescimento, diferenciação e modificação.
É a partir de um estado simples e homogéneo que se desenvolve progressivamente o embrião. Neste processo surgem potencialidades que não estavam presentes no ovo fertilizado original, mas que se desenvolvem a partir de influências do ambiente. Estas noções conduzem aos conceitos de genótipo e fenótipo.
O termo epigénese, que, etimologicamente, significa “o que se acrescenta ao genoma”, refere-se a tudo o que não é determinado pelo património genético. Corresponde às modificações transmissíveis e reversíveis das expressões dos genes, mas que não ampliam modificações nas sequências de ADN.
O conceito de epigénese designa precisamente o que na construção do organismo e dos seus comportamentos não depende apenas dos genes nem apenas da aprendizagem. A epigénese prolonga, pois, os efeitos da genética sem serem determinados por esta.
8.Criticar a lei de recapitulação
Nos finais do século XIX, princípio do século XX, vários investigadores entre os quais Ernest Haeckel, defenderam que o desenvolvimento embrionário dos vertebrados recapitularia as etapas da evolução.
Haeckel formulou então a lei segundo a qual “a ontogénese recapitularia a filogénese”, quer dizer que, no decurso do seu desenvolvimento, o embrião reproduziria os estádios da evolução da vida das espécies. É a lei da recapitulação ontofilogenética: o desenvolvimento do embrião exprime, recapitula, etapas do desenvolvimento que correspondiam a estádios de evolução, da história filogénica das espécies. A ontogénese seria, assim, determinada pela filogénese.
Contudo, esta teoria orientou os trabalhos e as conceções dos investigadores, que recorreram à lei da recapitulação para distinguirem os animais em “inferiores” e “superiores”. Entre os defensores desta conceção encontrava-se Langdon Down, que publicou uma obra onde apresenta uma classificação dos deficientes mentais à qual aplica os fundamentos da teoria de Haeckel. Assim,
por exemplo, deficiências mentais correspondem a um retrocesso a estádios de desenvolvimento filogénico anterior embrionário.
9.Distinguir os conceitos de ontogénese e filogenese.
Quando falamos em desenvolvimento humano podemos referir-nos ao desenvolvimento da espécie ou ao desenvolvimento do indivíduo. No primeiro caso reportamo-nos à filogénese; no segundo, à ontogénese. Estes dois conceitos estão relacionados, como se percebe ao analisar a sua origem etimológica.
A filogénese é o conjunto de processos de evolução dos seres vivos desde os mais elementares aos mais complexos; é o conjunto dos processos biológicos de transformação que explicam o aparecimento das espécies e a sua diferenciação. A filogénese é a história evolutiva de uma espécie, de um grupo específico de organismos.
A ontogénese designa o desenvolvimento do indivíduo desde a fecundação ate ao estado adulto: inicia-se com a embrigiogénese, continua no desenvolvimento pós-natal até à idade adulta. Há autores que estendem o conceito de ontogénese ao ciclo de vida do indivíduo definindo-o como o processo no qual o indivíduo se modifica no decurso da sua vida, desde a conceção até à morte.
Investigadores posteriores vieram mostrar que o indivíduo é produto da interação entre os fatores genéticos que se manifestam no decurso do desenvolvimento e os fatores ambientais. Não se pode encarar o desenvolvimento do indivíduo como resultado de processo exclusivamente externos. É esta interação que garante a adaptação ao meio ambiente, que é condição da sobrevivência.
Assim, não é a filogénese que determina a ontogénese, como era definido pela lei da recapitulação, mas o contrário: a ontogénese é a causa da filogénese. São as transformações ontogenéticas que ocorrem no processo evolutivo que permitem a adaptação morreria, uma espécie que não mudasse que se conservasse face a um ambiente em mudança, extinguir-se-ia.
A filogénese seria o resultado, o produto das aquisições individuais das ontogéneses. A filogénese é, assim, uma sucessão de ontogéneses que evoluíram, produto de mutações e da seleção natural. É graças a este processo que as espécies sobrevivem.
10.Distinguir os conceitos programa genetico fechado e aberto
O programa fechado é uma sequencia organizada de comportamentos rígidos, predefinidos no patrimonio génetico e apenas atualizados por mecanismos inaptos.
O programa aberto é uma sequencia de comportamentos a definir pela interação entre o patrimonio genetico, meio ambiente e disponinilidades de aprendizagem.
Os animais cumprem um programa que os leva a agir e a viver de uma dada forma. O comportamento dos animais está assegurado por um conjunto de instintos que determinam comportamentos adaptados que asseguram a sua sobrevivência e reprodução.
Estes são programas genéticos fechados, isto é, preveem de forma determinada processos evolutivos, comportamentos característicos de determinada espécie.
O que distingue o ser humano dos outros animais é o facto de as suas ações não serem definidas por um programa fechado. Sabemos que a nossa estrutura biológica corresponde a programas que nos possibilitam prever o que acontece quando, por exemplo, as glândulas sexuais entram em movimento.
Há, no entanto, uma grande diferença entre os seres vivos “totalmente” programados e outros animais que são parcialmente programados. No ser humana, esta programação é a menos significativa, por comparação a outros animais – o programa genético é aberto. E essa diferença distingue os seres humanos.
11.Relacionar a prematuridade do ser humano com a neotenia.
O homem é um ser biologicamente inacabado. O seu organismo leva muito mais tempo a atingir o pleno desenvolvimento do que o das outras espécies: logo após o nascimento, o pato nada atrás da mãe. São os programas genéticos que lhe permitem comportamentos orientados eficazmente para a sobrevivência e a adaptação ao meio.
Diferentemente, o ser humano, quando nasce, apresenta uma incapacidade para reagir de forma tão eficaz ao meio.
O ser humano é um ser prematuro, nasce inacabado. A sua imaturidade explica porque razão a infância humana é tão longa: é o período de acabamento do processo de desenvolvimento que decorreu na vida intrauterina. O caráter embrionário do bebe torna-se uma vantagem, porque o longo período de imaturidade é essencial para a sobrevivência e adaptação da espécie.
No plano físico, o ser humano apresenta o inacabamento biológico que se designa por neotenia: atraso do desenvolvimento que faz com que o individuo se desenvolva mais devagar, dependendo, durante muito mais tempo, dos adultos, porque é preciso ensinar-lhe a comer, a andar, a falar, etc. o processo de desenvolvimento do cérebro esta ligado ao retardamento ontogénico, isto é, ao prolongamento do período da infância e da adolescência. São os genes de desenvolvimento, de que já falamos, que fazem do ser humano um ser neoténico, isto é, um animal em que há um prolongamento da morfologia juvenil até à idade adulta.
Um reflexo da neotenia é o facto de o adulto possuir ainda traços da infância e da adolescência. As características juvenis, plásticas, mantêm-se, portanto, nos indivíduos adultos que apresentariam traços da neotinia: caixa craniana em forma de ovo, fácies juvenil, cavidade occipital situada na base do crânio.
Em conclusão, inacabamento biológico do ser humano e a sua prematuridade implicam um prolongamento da infância e da adolescência, condição necessária para o seu processo de adaptação e desenvolvimento. Esta aparente falta vai constituir uma vantagem ao permitir a possibilidade de uma maior capacidade para aprender no contexto do seu ambiente, da sua cultura.
12.Reconheçer que o incabamento humano é uma vantagem
O conceito de neotenia afirma que o homem é “um ser aberto ao mundo”: o seu inacabamento biológico, a sua prematuridade, explica a ausência de uma programação biológica tão rígida como a que existe nos outros animais. A aprendizagem irá cumprir as tarefas que nos animais são destinadas pela hereditariedade: o ser humano tem de aprender o que a hereditariedade propicia a outras espécies.
A sua natureza biológica torna mais flexível o processo de adaptação ao meio. Cria a necessidade de o Homem criar a sua própria adaptação, a cultura, que transmite de geração em geração. O estatuto humano só é atingido através da aprendizagem. A prematuridade do ser humano é, portanto, uma vantagem.
Cérebro
1.Descrever a constituição do neurónio
- Corpo celular – contém o núcleo que é o armazém de energia da célula. Fabrica proteínas sob o controlo do ADN presente no núcleo celular. É o centro metabólico do neurónio.
- Dendrites – são extensões do corpo celular. Graças às dendrites, o neurónio apresenta uma maior superfície de recepção e emissão de mensagens. Estas ramificações múltiplas recebem e transmitem informação de e para outras células com as quais o neurónio estabelece contactos.
- Axónio – prolongamento mais extenso do neurónio e transmite mensagens de um neurónio a outro (ao corpo celular ou as dendrites) ou entre um neurónio e uma célula efectora muscular ou glandular. Há axónios que estão envolvidos por camadas de Melina, que é uma substância branca de matéria gorda; outros são só constituídos por substância cinzenta. O axónio, e certas dendrites de um neurónio, constituem uma fibra nervosa. Ao conjunto de fibras nervosas envolvidas por uma membrana dá-se o nome de nervos.
2.Reconhecer a importância das células gliais
As células gliais facultam os nutrientes, como o oxigénio e a glicose, que alimentam, isolam e protegem os neurónios; se lesionadas, podem reproduzir-se. […] Controla o desenvolvimento dos neurónios ao longo da vida. […] Influenciam de forma decisiva a comunicação cerebral, o funcionamento das sinapses e outras funções que afetam o funcionamento do sistema nervoso. […] Determinam também quais os neurónios que estão aptos a funcionar corretamente e asseguram a manutenção do ambiente químico que rodeia os neurónios.
3.Distinguir os diferentes tipos de neurónios
- Neurónios aferentes ou sensoriais: são afetados pelas alterações ambientais e ativados pelos vários estímulos com origem no interior ou exterior do organismo. Recolhem e conduzem as mensagens da periferia para os centros nervosos: espinal medula e encéfalo.
- Neurónios eferentes ou motores: transmitem as mensagens dos centros nervosos para os órgãos efectores, isto é, os órgãos responsáveis pelas respostas, que são os músculos e as glândulas; a sua função é, por exemplo, que um músculo se contraia ou que uma glândula modifique a sua atividade.
- Neurónios de conexão ou interneurónios: interpretam as informações e elaboram as respostas. A atividade destes neurónios torna possível, entre outras as nossas funções superiores como a capacidade intelectual, as emoções e as capacidades comportamentais.
4.Explicar como se processa a comunicação nervosa
No nosso cérebro, milhões de neurónios, organizados em redes, trocam informações sob a forma de descargas elétricas e químicas que atravessam biliões de pontos de comunicação.
O papel do sistema nervoso consiste em transmitir sinais, mensagens de um grupo de neurónios para outro: os neurónios são células especializadas em receber e em transmitir sinais às células vizinhas. A informação que circula ao longo dos neurónios designa-se por influxo nervoso.
Processo de transmissão de informação
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As dendrites captam o estímulo, os sinais que podem ter origem nos neurónios vizinhos;
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Entrada
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Os sinais são integrados;
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Gera-se um impulso nervoso;
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O impulso nervoso é transmitido ao axónio e conduzido às ramificações axónicas;
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As ramificações dos axónios aproximam-se das dendrites do neurónio vizinho transmitindo o sinal através da sinapse.
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Saída
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5.Descrever a sinapse
A sinapse é uma junção funcional em que ocorre a transmissão de informação entre dois neurónios ou entre um neurónio e uma outra célula.
Na sinapse estabelece-se uma comunicação entre um prolongamento do axónio do neurónio, que se designa por “pré-sináptico” ou neurónio emissor, com a membrana ou a dendrite de outro neurónio, que se designa por “pós-sináptico” ou neurónio receptor. As membranas dos 2 neurónios não estão em contato direto: estão separadas por uma fenda «, que se designa por fenda sináptica. A sinapse, tem como função a troca de informações entre 2 neurónios, põe em comunicação 3 componentes fundamentais:
- O botão pré-sináptico- A terminação axónica do neurónio emissor
- A membrana pós-sináptica-Localizada na dendrite ou corpo celular do neurónio receptor
- A fenda sináptica-Espaço cheio de liquido compreendido entre os neurónios
A energia nervosa é de dois tipos: elétrica e química. Ao nível das dendrites, a energia é elétrica; ao nível da sinapse, o impulso nervoso transforma-se em energia química. As mensagens nervosas ocorrem, portanto, por processos eletroquímicos.
A função principal do neurónio é a transmissão de impulsos nervosos. Quando um neurónio é estimulado, as suas características elétricas ou químicas alteram-se produzindo uma corrente. Esta corrente, constituída pelos impulsos nervosos, que circulam nos nervos, designa-se por influxo nervoso.
6.Distinguir sistema nervoso central de sistema nervoso periférico
O sistema nervoso central é constituído pela espinal medula e pelo encéfalo.
O sistema nervoso periférico é constituído por sistema nervoso somático e pela sistema nervoso autónomo. No sistema nervoso somático esta os nervos sensoriais e os motores. No sistema nervoso autónomo está a divisão simpática e a divisão parassimpática.
7.Identificar as funções da espinal medula
A espinal medula tem 2 funções:
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Coordenação: remete para a responsabilidade em coordenar a atividade refelexa. O ato refelxo é a forma de comportamento mais elementar dado que é uma resposta imediata e automática a um estimulo.
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Condução:Transmite mensagens do cerebro para o resto do corpo e vice-versa
8.Conheçer as funções do hemisferio direito e esquerdo
Hemisfério Direito
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Hemisfério Esquerdo
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Formação de imagens;
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Pensamento lógico;
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Relações Espaciais;
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Linguagem verbal;
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Perceção das formas, das cores, das tonalidades afetivas;
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Discurso;
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Pensamento concreto
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Cálculo;
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Memória.
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11.Conhecer a divisão do cérebro em lobos
O hemisferio cerebro esta dividido em 4 lobos:
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Occipitais
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Temporais
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Parietais
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Frontais
10.Caracterizar as funcoes das diferentes areas cerebrais
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Área
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Funções
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Parietais
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Área somatossensorial - primária
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Recebe as informações que têm origem na pele e nos músculos.
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Área somatossensorial – secundária
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Coordena e integra as informações sensoriais recebidas na área somatossensorial primária.
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Frontais
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Área motora primária
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Responsável pelos movimentos do corpo.
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Área motora secundária
Área motora da linguagem (área de Broca)
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Coordena e organiza os movimentos corporais.
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Centro da escrita.
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Produz a linguagem falada.
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Occipitais
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Área visual primária
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Recebe as mensagens visuais.
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Área visual secundária
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Coordena os dados recebidos na área visual primária permitindo reconhecer os objetos.
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Centro de reconhecimento da escrita.
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Temporais
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Área auditiva primária
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Recebe os sons elementares.
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Área auditiva secundária
Área de Wernicke
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Identifica e reconhece os sons recebidos na área auditiva primária
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Atribui significado ao discurso oral, permitindo a compreensão da linguagem falada.
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Efeito das Lesões:
Parietais:
Anestesia cortical – perda de sensibilidade táctil, térmica e de dor.
Agnosia somatossensorial – incapacidade de reconhecer objetos pelo tato, de discriminar pesos, de localizar sensações tácteis e térmicas.
Frontais:
Paralisia cortical – incapacidade de produzir movimentos.
Apraxia – incapacidade de coordenar movimentos numa sequência, por exemplo vestir-se.
Agrafia – incapacidade de escrever.
Afasia de Broca – dificuldade em formar palavras, expressão verbal lenta e incorrata.
Occipitais:
Cegueira cortical – perda de visão
Agnosia visual – incapacidade de identificar os objetos conhecidos
Cegueira verbal ou alexia - incapacidade de reconhecer o significado das palavras escritas
Temporais:
Surdez cortical – perda de audição
Agnosia auditiva – incapacidade de reconhecer os sons comuns.
Surdez verbal – incapacidade de atribuir significado ao discurso oral; as palavras ouvidas não têm sentido
11.Reconhecer o papel das areas pré-frontais nos comportamentos especificamente humanos
- Responsáveis pelas funções intelectualmente superiores
- São áreas de integração, de supervisão de todas as outras áreas
- São responsáveis pelas funções especificamente humanas que nos diferencia das outras espécies: reflexão, juízo crítico, planificação, tomada de decisão…
- Relacionam-se com as emoções.
12.Mostrar a unidade funcional do cerebro
A evolução dos conhecimentos comduziu à identificação de funções desconhecidas bem como à redistribuição das que já estavam identificadas, Fundamentalmente, modificou-se a ideia de funcionamento: a uma concepção que privilegiava a localização das funções de forma compartimentada opõe-se,atualmente, uma conceção que constata que o cérebro funciona como um todo,como uma rede funcional. Assim,descobre-se que a linguagem,aprendizagem e a memoria, entre outras competências e capacidades,dependem do funcionamento integrado de várias áreas cerebrais.
No cerebro cada area tema sua determinada função.Mas estas localizações não comprometem o funcionamento integrado so cerébro e as suas conexões com outras estruturas.Alias,é a condição da sua eficiência.
Além disso, constata-se que uma função perdida devido a uma lesão pode ser ser recuperada por uma área vizinha da zona lesionada. É o que se designa por função vicariante ou de suplencia do cerebro. É graças a esta função que pessoas que perderam a fala devido a um accidente cerebral, acabam por recuperar a capacidade perdida.
Podemos concluir que o cerebro funciona de uma forma sistématica: é um conjunto complexo de elementos em que as componentes especializadas que o constituem são interdependentes, funcionam de forma integrada.